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quinta-feira, outubro 04, 2007

Entre o provável e a lógica

Meu querido amigo e polêmico atleta Beto, no seu artigo Deu a lógica, fez uma dissertação sobre o resultado do mês de setembro com base no que classifou como resultado lógico. Mesmo concordando com a justiça do resultado do mês, que premiou os atletas de melhor desempenho, tenho alguns pontos da sua posição que merecem uma análise e que acho que devem ser esclarecidos. A primeira é sobre o uso errôneo da palavra lógica, aliás, um erro geral da mídia brasileira, que significa algo muito mais abrangente do que a simples avaliação de uma probabilidade. O provável é algo que podemos prever, só e somente só como probabilidade, com base nos dados ou experiências que dispomos e que armazenamos no nosso cérebro e que se constituem no que chamamos de conhecimento subjetivo. Este conhecimento é passível de contaminação, com base em informações e percepções parciais ou erradas, que provocam alterações contínuas e permanentes, o que pode ser até positivo, mas que acabam provocando um distanciamento do conhecimento original obtido pela esperiência. A lógica não admite a possibilidade de conhecermos e prevermos algo pelo simples fato dele já ter acontecido anteriormente. Nem mesmo o que ela admite como possibilidade de conhecimento, que é o registro escrito das nossas experiências adquiridas de forma científica e empírica (pela nossa experiência e por testes), que provadas como verdadeiras, possam ser consultadas na forma como originalmente foram concebidas, ou seja, dentro das variáveis possíveis de registro (livros, relatórios, etc.) e que só se alteram com outros experimentos científicos provados e registrados. Fora disto e dentro desta limitação, a lógica não admite nenhum tipo de conhecimento, muito menos de presunção de conhecimento baseado no conhecimento subjetivo e objetivo.
Quanto a base de registro, que foi o ranking geral de pontos ganhos, usada pelo Beto para fazer um raciocínio sobre as possibilidades lógicas dos atletas conquistarem o título do mês, independentemente do resultado que deu, mostra, com dois ou três fatores que influem num resultado, a sua inconsistência: o ranking não prevê lesões, não assegura presença nos jogos e nem influi na escalação dos times. Além disso, o ranking geral dos pontos não serve para se fazer uma análise da qualidade técnica dos jogadores, pois só contempla a soma geral dos pontos ganhos, numa competição onde o número de participações dos atletas é desigual. Mesmo se admitindo que todos os fatores já citados influiam na média geral do desempenho dos atletas, como possibilidade de lesão, presença e esclação, mesmo assim, a análise do jogo final baseado neste ranking não é válido. Porque ela não avalia qualidade e sim quantidade. Se usasse como probalidade de desempenho, e só como probabilidade e não lógica, o ranking do aproveitamento, aí poderiamos admitir, pela existência do fator médio de desempenho, uma certa coerência e razão. Mesmo assim seria incompleta e passível de erro, pois fatores, que poderíamos chamar de compatibilidade entre os atletas e que chamamos normalmente de time equilibrado (ter defesa, armação e ataque), poderia não ocorrer.
No mais o Beto tem razão: campeão somos todos nós, que ganhamos com o esporte, com a diversão e com a convivência com os amigos. Estamos todos de parabéns por estarmos, dentro deste clima de brincadeira, procurando melhorar o nosso desempenho, que pode servir de exemplo e impulso para buscarmos a excelência em todas as nossas atividades familiares e profissionais. Quem sabe não dá prá melhorar as relações com a "frau" e fazer com que a linha do gráfico do desempenho dê uma baita uma subida.

4 comentários:

HELVIO GOMES disse...

tive que ler cinco vezes para me dar por , mais ou menos satisfeito quanto ao entendimento, solicito uma definição mais acessível de lógica e probabilidade. Quanto aos critérios de avaliação concordo em tudo, acho que um time bem formado, principalmente solidário e inteligente, resiste a técnica menos provida, mas não suporta enfrentar um time em que todos possuam melhor técnica e força. acho que organização é 60,65% porém alguém tem que levantar a cabeça se não não vai...

Léo J Philippsen disse...

Bem Hélvio, já que deste uma boa lida mereces uma explicação, curta, mas um pouco mais detalhada. Não é possível num pequeno espaço tentar fazer diferente. Então, resumindo:
Lógica: nada mais perfeito que a matemática. Um mais um é dois e estamos conversados. Não existe nenum outro resultado possível, fora algumas brincadeirinhas.
Probabilidade: pode ser chamada de lógica probalística. Este tipo de pensamento/opinião necessita de dados, como, por exemplo, os dados históricos da nossa planilha. Foi o que o Beto usou, só que erradamente.
Dedução: esta é normalmente a principal forma que usamos para opinar. Ele é opinião que formamos sobre alguma coisa ou pessoa, sem saber exatamente como. Ela recebe interferência de tudo. Cultura, simpatia, fonte de informação, etc. Ela não deixa de ter o seu valor e importância, mas, científicamente falando, é a de menos valor e com a maior possibilidade de estar errada. Ficou mais claro? Qualquer dúvida, dentro das minhas limitações, estou sempre às ordens (não que tenha capacidade de ir muito longe).

HELVIO GOMES disse...

então lógica é exata sem erros ,e probabilidade, como o nome diz, é uma tendencia. Obrigado pela atenção.

Léo J Philippsen disse...

A lógica teve as suas origens nos céticos. Um deles, chamado Pirro de Elida (365 a 275 a.c), era tão cético que não acreditava, antecipadamente, que uma pessoa fosse certamente morrer se caísse num abismo. Hoje se conta aquela piada do cara que, caindo do 30º andar de um edifício, ao passar pelo décimo diz: até aqui tudo bem. O cara devia ser um seguidor de Pirro, pois nada poderia determinar um resultado trágico no final da queda.

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