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domingo, março 08, 2009

Tupanciretã: Terra da Mãe de Deus e do Forasteiro Hélvio.



TUPANCIRETÃ (foto aérea, tendo aos fundos, a antiga charqueada de Marcial Terra), cidade do nosso amigo e companheiro Forasteiro Hélvio Gomes, possui uma população de aproximadamente 22.556 habitantes, dos quais 11.088 são do sexo masculino e 11.468 do sexo feminino. Deste total, em torno de 16,5% vivem na zona rural e 83,5% na zona urbana. Ocupa cerca de 2.253 kilômetros quadrados de área, localizando-se na mesorregião de Santiago e da microrregião ocidental do Rio Grande do Sul, à 389 km. de Porto Alegre, 109 de Santa Maria e 56 de Cruz Alta. Sua densidade populacional é de de quase 10,01 habitantes por Km² segundo o IBGE.
Originária das reduções Jesuíticas, foi emancipado em 21 de dezembro de 1928 pelo então Presidente do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Getúlio Vargas. Já fez parte dos municípios de Santo Ângelo, Cruz Alta e Júlio de Castilhos. Povoado inicialmente pelos índios charruas e minuanos, posteriormente por elementos de origem européia. Com a fundação das missões, foi estabelecido que os índios ficassem numa fazenda, na coxilha grande, imediações das nascentes dos rios Caneleira e Ijuí, que ficou pertencendo à redução de São João.
Com a retirada dos jesuítas, os índios venderam a fazenda e se retiraram, deixando muita terra em mãos de grandes fazendeiros, que mais tarde emanciparam o município. Após a emancipação, o município, através da criação de gado em suas enormes estâncias, passou a viver uma situação econômica priviligiada. Porém, com o passar do tempo, a carne perde seu valor e os estancieiros são obrigados a mudar de ramo ou a vender as suas terras. Parte destas ”estâncias" são transformadas em latifúndios para o plantio de soja, e outras, não utilizadas para este fim são compradas pelo governo e destinadas ao assentamento dos agricultores sem terra. Hoje em dia, o município passou a ser um dos maiores produtores de soja do estado, com as grandes e médias granjas. De outro lado temos um grande número de agricultores familiares responsáveis pela diversificação, pelo qual plantam soja, milho, feijão, mandioca, arroz e dentre outros produtos agrícolas, e que também vem ao longo dos anos intensificando a atividade leiteira, psicultura, suinocultura e outros produtos que são tanto para subsistência familiar bem como para comercialização.
Já na área urbana, o que mais predomina no município é seu comércio, as atividades principais são:
o varejo com vendas de produtos alimentícios, vestuário, eletrodomésticos, combustíveis, materiais de construção, produtos agropecuários e de uso veterinário, farmácias/drogarias e outros de menor expressão, instituições financeiras, empresas de comercialização de grãos e empresas de serviços.

A Lenda:
Segundo Manoelito de Ornellas "não há terra que não tenha, a parte de sua história, a ressaltar dentre o canhenho cronológico dos fatos, uma lenda, um motivo misterioso, que a crendice popular às vezes cria e a tradição consagra. Tupanciretã, que tem um passado com raízes profundas na vida missioneira, não podia escapar à fatalidade dessa contingência. O seu nome, tupan-ci-retan, encerra uma lenda. Todas as reduções jesuíticas foram batizadas com nomes de santos da igreja católica romana.
Aqui, porém, os jesuítas invocaram o nome da Mãe de Deus e o fizeram na língua bárbara, com a denominação pitoresca de tupan-ci-retan. A fazenda jesuítica apenas assinalada pela capelinha tosca, já existia no alto de um coxilhão deserto. E as árvores do mato crioulo, à tarde, projetavam-lhe sombra larga das suas ramarias. Ao lado, sob o amparo de uma cruz modesta, mal resistia a fúria das tempestades, um rancho pobre, coberto de palha, que tinha a finalidade amiga de acolher os poucos viandantes que por ali passavam. O local nada mais era do que um posto de São João.
Dentro da capelinha, tão pobre como esquecida, apenas uma imagem tosca enfeitava a tábua erguida como altar. Era uma imagem da Madona dos Céus, da Senhora dos crentes. Um dia, em que pelos caminhos mal delineados da serra, passavam um missionário e alguns poucos índios, uma tempestade os colheu nas proximidades do planalto da coxilha grande. A noite chegava e com ela o pânico e o terror. Quando a desorientação desesperava o padre e os poucos índios companheiros, um relâmpago lhes mostrou na fímbria do horizonte, em plena noite, um vulto mal definido.
A silhueta que os relâmpagos mostravam, perto, era a imagem da Madona exposta ao furor da tempestade, que arrebatara da capela pequenina a cobertura frágil. O sacerdote, cheio de alegria cristã, exclamou: “tupan-ci”. E os índios, aterrorizados, repetiram: “tupan-ci-retan”, que na língua indígena quer dizer: tupan= deus, cy= mãe, e retan = terra, ou seja “terra da mãe de deus.”


Hino:

Eu vou cantar minha terra - Meu pago, minha querência.
Que tantas belezas encerra - Dela eu lembro com frequência.

A terra dos meus encantos - Que tantas belezas tem,
Berço nato de gaúcho - Nela eu nasci também.

Tupanciretã, Tupanciretã - São lindos os encantos teus
Ó Terra da Mãe de Deus.

Charruas e Guaranis - Adotaram Pai Tupã.
Prá eles Ci era mãe - A terra era Etã.

E desta etmologia - Juntando os encantos teus,
Nasceu Tupanciretã - A Terra da Mãe de Deus.

Tupanciretã, Tupanciretã - São lindos os encantos teus
Ó Terra da Mãe de Deus

Quem conhecer minha terra - Verá quanta maravilha.
Aqui onde o gado berra - Onde ao potro de encilha

Rodeios e marcações - São lindos os encantos teus
Minha Tupanciretã - Ó Terra da Mãe de Deus.

Sites para pesquisar mais sobre Tupanciretã:
http://www.tupancireta.rs.gov.br/
http://www.tupancireta.com/
http://www.camaratupancireta.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tupanciret%C3%A3
http://www.tupancireta.famurs.com.br
http://www.sindicatoruraltupancireta.com.br/
http://www.rosanevolpatto.trd.br/tupancireta.html
http://www.riogrande.com.br/municipios/tupancireta.htm

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